Eu escrevo errado, SendoEu
- Isis C. Paranhos
- 8 de jan.
- 1 min de leitura

Não nasci para ser o seu retrato.
Se Deus escreve certo por linhas tortas,
Por que eu não posso errar?
Fechar algumas portas?
Janelas sempre se abrirão,
E há algo da infância que nunca me esqueço:
Pular janelas traz esperança.
Não espero concorrência ou concordância.
Meu verbo é prosa,
Como as janelas do sítio Pétala de Rosa.
Minhas cicatrizes, versos do tempo
De quando a escrita era torta,
Sem cursiva, sem cadência.
Você chama de erro
O que eu chamo de vivência.
Processo essencial para manter
A coerência da alma:
Um método científico,
Com cada experiência.
Eu sigo colecionando erros —
De português, de composição,
De vida.
Não nasci para ser só mais um na multidão.
Até meus erros são diferentes,
Altos, talvez exacerbados.
Eu vivo com emoção,
Pois jamais me submeto à conformação.
E assim é melhor, ao menos para mim.
Aliás, como diria Chicó:
“Não sei, só sei que foi assim.”
Se fosse para ser conformada,
Eu nem teria encarnado.
Se espera que eu me torne um pássaro engaiolado,
Pode esperar sentado.
E se quiser me amar,
Que ame quem estou me tornando.
Compilando erros, angariando vivências,
Transformando-me —
Sem lógica natural,
Entre versos e prosa.
Nunca fui feita para parecer,
Mas para ser:
A mulher que mais temia.
Hoje, sou selvagem.
Uma alma indomável,
Em constante expansão e transmutação.
Posto chaves por aí,
E grito a quem quiser ouvir:
“Você é tão pequeno quanto sua mente se sente.”
Mas há tanto além disso —
Tanto que pode te expandir.
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